domingo, março 30, 2008

A nova arma do Cupido


"Um estudo já de 2008 analisou a evolução de vários casais heterossexuais através da forma como comunicavam por telemóvel. Desenvolvia-se nas seguintes fases:
  • A primeira fase é o tempo das declarações amorosas e a descrição do desejo em mensagens muito trabalhadas do ponto de vista literário.
  • Na segunda, o telemóvel é utilizado para gerir discussões, iniciar reconciliações e exprimir nostalgia pela ausência das mensagens carinhosas características da primeira época.
  • A terceira fase é mais pragmática. Não se fazem nem se esperam declarações amorosas; telefona-se para combinar tarefas domésticas ou familiares.
Em todas as fases, segundo o estudo, a relação entre o casal está presente de uma forma ou outra. Ter o telemóvel ligado, lembrar-se de comunicar com o outro de vez em quando e ligar ou enviar uma sms a desejar boa-noite quando não se coabita faz parte da rotina dos inquiridos. Quando um desses hábitos é quebrado, a relação pode estar em risco.
O estudo também estabelece uma espécie de protocolo de comportamento quando surge um problema. Regra geral, inicia-se a abordagem com uma sms que suaviza a tensão e transmite boas intenções ("espero que tenhas um bom dia" ou "não te preocupes com o que aconteceu"). Depois, passa-se para a comunicação oral, na qual se procura criar empatia com o outro. Por último, combian-se, por telefone, um encontro para resolver um problema." (Super Interessante, Abril 2008)

Sabem, consigo rever o meu comportamento enquanto namorei, neste artigo, apesar das minhas 3 fases serem um pouco misturadas e não tão bem definidas como se fala no texto. Mas, sim, as palavras mais bonitas foram-me ditas através de telemóvel (inclusive a palavra mais importante numa relação - na altura, não achei que tivesse sido a melhor altura uma vez que foi logo após a vitória dos portugueses frente à Inglaterra, no Euro'04, antes pensei que fosse da excitação da vitória, mas ei pelo menos fui a primeira pessoa em quem ele pensou para experessar a alegria). Mas também se gera uma dependência que eu não considero saudável. Se eu adormecer e me esquecer de mandar a famosa sms das boas noites, é porque tenho sono e não porque não gosto dele. Não consigo entender a desconfiança ou as dúvidas que daí advêm. Se a relação for boa e estável há que perdoar momentos destes com descontração. Acontece a todos, então porque fazer um filme porque não telefonámos uma vez? Além disso, dependendo do nosso parceiro, e da própria relação, tem que se dar espaço. Mas se essas dúvidas existem, se tem que haver um esforço para ter o telemóvel ligado, para lembrar do namorado, então meus amigos, não vale a pena. Devia acontecer tudo com naturalidade e se não acontece, então alguma coisa está mal. Mas, atenção, acredito nas vantagens do telemóvel. Coisas que não se tem coragem para dizer cara a cara (por vergonha ou por outro motivo qualquer), porque dá tempo de pensar nas palavras certas... Mas não se deixem limitar pelo telemóvel, porque ele pode ser muito bom mas há sempre palavras que são melhor sentidas quando se diz com a pessoa a frente e há sempre coisas que ficam por fazer.
Catarina Duarte

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