sexta-feira, novembro 10, 2006

Excesso de inteligência

Hoje fiquei a saber, finalmente, qual a minha patologia. Dito assim até parece grave mas acho que não é bem assim. Atenção: a minha doença é "ESCESSO DE INTELIGÊNCIA". Ao que parece eu, como pessoa própria, não existo. O que eu sou é aquilo que as pessoas querem que eu seja. De algum modo, eu adapto-me áquilo que as outras pessoas esperam que eu seja. Aquele excesso de inteligência permite que eu encontre na realidade que me rodeia mecanismos para corresponder ás vossas expectativas. Trabalho tanto o meu aspecto exterior, mas não físico, que me esqueço que eu também existo, dentro deste corpo, muito isolada, sozinha, e que raras são as vezes em que falo. Para quem deu psicologia, eu sou um exemplo de um dos sete mecanismos de defesa de Freud, a racionalização. Ou seja, eu penso muito bem naquilo que sou e naquilo que faço para que quem me conhece não se desiluda comigo. Eu, propriamente dito, não existo. Passei muito tempo em que não sofri. Eu não sofro porque eu não existo, porque as pessoas não esperam que eu seja frágil. Ás tantas, tudo aquilo que eu queria sentir acabou por se acumular até há dois anos em que me fui abaixo. Não lhe podemos chamar depressão, apenas um "ir abaixo". Enfim... Mas estou bem, acreditem. Só falta trabalhar agora um pouco na terapia que eu ainda não sei em que vai consistir. Mas prometo dar notícias. Um beijo Catarina

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