sábado, novembro 25, 2006

Noite

"Este testemunho, que surge depois de tantos outros e que descreve uma abominação da qual poderíamos nós pensar já nada nos é desconhecido, é, no entanto, diferente, singular, único...
A criança que aqui nos conta a sua história era um dos eleitos de Deus.
A partit do momento em que a seua consciência despertara, ela só vivia para Deus, alimentada pelo Talmude, ambicionando ser iniciada na Cabala, devotada ao Eterno. Será que anteriormente já alguma vez tínhamos pensado nesta consequência de um horror menos visível, menos evidente que outras abominações, mas que, no entanto, é a pior de todas, para nós que temos fé: a morte de Deus na alma daquela criança que descobre, de uma assentada, o mal absoluto?"(François Mauriac)

"Noite foi a primeira obra de Elie Wiesel, galardoado com o Prémio Nobel da Paz em 1986. O livro é um relato pessoal e impressionante da história de um jovem judeu que se torna testemunha impotente do horror nos campos de concentração, nos quais perde a família, a inocência e a fé.
Elie Wiesel é um sobrevivente do Holocausto, uma das testemunhas de horrores inimagináveis durante a II Guerra Mundial, incluindo o assassínio da sua família. Em Noite, relembra a sua infância antes de os Nazis o expulsarem da sua cidade natal e os dias de terror que suportou nos campos de morte alemães. Todavia, apesar de constituir uma leitura dolorosa, Noite é um testamento às memórias, feridas e perdas. Cada capítulo levanta questões que têm atormentado o mundo desde a ascensão de Hitler: como se pode permitir que tão elevado número de inocentes fosse permitido e chacinado? Como sobrevive um homem quando o seu corpo e espírito foram brutalizados durante meses, mesmo anos? Noite é uma leitura essencial para todos os que procuram um conhecimento mais profundo do Holocausto e do seu legado."

A semana passada, a seguir ao meu teste de sexta começei a ler A Fórmula de Deus. Acabei-o na quarta às 21.30. Na quinta li este livro. Noite. Era o livro que eu há muito ansiava. Desde que ouvi falar nele que o queria muito. Porquê? Nem eu sei. Vi a apresentação do livro com o autor em plenas ruínas dos campos de concentração. Muitos anos depois ele voltou lá pela primeira e única vez para mostrar onde se encontrava quando presenciou aquilo que descreve no livro. Apesar de ser um livro leve, no sentido de ser fácil de ser lido, a linguagem é simples e não é muito grande (aliás eu li o livro num dia), é ao mesmo tempo muito pesado pela... Nem lhe posso chamar história, porque para o mal ou para o bem, foi um acontecimento que realmente se passou, que marcou e que ainda consegue marcar grandes feridas. Eu chorei ao ler o livro. Quando disse a uma colega que o tinha lido e sobre o que era, ela lembrou-se do Diário de Anne Frank. A verdade é que eu nunca o li mas conheço a sua história. Estes dois livros são descrições do holocausto no olhar de crianças. Mas a diferença é que se Anne descreve os momentos vividos antes de ir para o campo, o mesmo não se passa com Eliezer. Anne não sobreviveu, mas Eliezer consegiui fazê-lo e por isso teve oportunidade de descrever não só o antes, como também o durante e o depois. Tal como está escrito em cima, assiste-se à morte lenta da alma de uma criança (15 anos) e que põe a questão que eu prórpia, as vezes, coloco a mim mesma: a existir Deus, porque é que ele permite chacinas como esta? Isso não se consegue ler sem as lágrimas a quererem escrorrer. Não me arrependo de o ter lido e, digo, não me desiludiu minimamente.
Como a Oprah Winfrey disse um dia: "Através da sua coragem, ganhei coragem".
Noite de Elie Wiesel
Catarina

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